Em momentos de crise econômica como a atual do Brasil, surgem diversas situações de pânico na sociedade, nelas surgem situações onde boatos de bloqueios da poupança pelo Estado irá acontecer (Não se assuste, isso já ocorreu e irá seguir acontecendo). O governo por sua vez, sempre com pouca transparência tenta afastar o sentimento de pânico na sociedade, através de seus interlocutores que afirmam que a situação está sob controle, contudo a credibilidade está acabando, e a situação se agravando.
Pânico e Economia:
Em economia, já dizia uma famosa teoria da inflação de Robert Lucas, a chamada expectativa adaptativa, Lucas em sua teoria afirma que os formadores de preços se apoiam em um histórico passado da inflação e na confiabilidade do regulador da moeda (Banco central) para formularem seus preços para o seguinte período. Dito isso, questionamos a credibilidade do Banco central brasileiro no sentido principal de sua função, que é justamente manter o poder de compra de sua moeda, há de concordamos que sua credibilidade não está muito em alta não é mesmo? Então podemos dizer que nos formadores de preços, existe uma situação de pânico criado em relação a inflação, e isso sem dúvida já contagiou o sistema de preços brasileiros (altamente indexado).
O pânico começa a agir negativamente e de forma significativa no bom funcionamento da economia, moeda fraca representa empobrecimento da população, que passa a necessitar de mais moeda para consumir bens de consumo, onde no Brasil bens de consumo (eletrônicos e informática) vem de fora.
Banco Central e Juros.
O Banco central por sua vez, encontra-se em uma situação de total desespero, para não dizer sem armas para agir, pensamos juntos na dívida pública brasileira, paga exclusivamente pela taxa básica de juros (Selic). A economia brasileira enfrenta nesse momento, um grave problema de insuficiência do Estado, que acumula sucessivos déficit fiscais, e um grave problema inflacionário, que chegou aos dois dígitos e corrói o dinheiro do trabalhador, nesse momento o Banco Central encontra-se entre aumentar os juros na tentativa de controlar a escalada de preços (mas pera sua credibilidade se esvaiu), ao mesmo tempo a escalada de juros, representa um incremento de gastos do Estado, com o cumprimento do pagamento de juros da dívida. Pronto está formado ai talvez uns dos maiores problemas da economia brasileira em uma década, para ilustrar segue o seguinte dado do Tesouro Nacional.
“Dívida pública brasileira cresceu 21,8% em 2015”.
Aos que não perceberam ainda, isso é um problema gravíssimo que a economia brasileira irá de suportar nos próximos anos, como criar um superávit primário de igual magnitude para conter o problema? Lembrando que o máximo já alcançado foi de 3,5% nos tempos de vaca gordas da economia brasileira, e ainda pior, como criar um superávit considerável na economia brasileira, visto que economia do Estado, onde a maior parte da dívida já foi contratada é difícil, onde o aumento de juros, só faz a aumentar o problema, e a redução causaria simplesmente problemas gravíssimos de inflação, restou apenas uma reforma fiscal de verdade, com o intuito de reaquecer a economia (esquece não vai acontecer), via aumento de impostos (esquece não resolve), ou simplesmente com a renegociação da dívida (Moratória). Caro leitor, em todas as situações, iríamos ter que atravessar um período turbulento com uma crise cambial não vista por muitos da geração plano Real (que por sinal se destruiu por completo) e muito provável por mais problemas inflacionários, acredite não estamos livre dessa possibilidade.
Em resumo ficou claro que o pânico no mercado é justificável, afinal de contas a credibilidade do governo é baixa, a crise política é forte e logo sua força é fraca, a crise fiscal é imensa e a vontade por novas atitudes não passa nem de perto por quem nos governa. Infelizmente eu, e muitos outros com um pouco de bom senso, estamos à espera de uma tormenta, e tormenta essa duradoura, aos que podem se protejam, o governo não será capaz de ajuda você.